Como anunciado na sessão plenária da última terça-feira, devemos relembrar de modo marcante um acontecimento histórico que envolveu o Estado do Paraná de forma intensa.
Foi a denominada “Revolução Esquecida” que tornou famosa a “Coluna Prestes”, assunto que servirá de prorrogação desse tema.
Deixe a “Coluna Prestes” e vamos ao que interessa: duas datas importantes – 5 de julho de 1923 (cem anos no próximo dia 5 de julho) e 29 de março de 1924 (cem anos no próximo ano).
No dia 5 de julho de 1923 irrompeu em São Paulo o movimento sedicioso visando derrubar Artur Bernardes, chefiado por Isidoro Dias Lopes.
Essa revolta paulista tinha a liderança de Miguel Costa, então comandante do Regimento de Cavalaria da Força Pública do Estado de São Paulo, todavia, não suportou por mais de três semanas a reação ou contra-revolução encetada pelas forças legais. Muitos oficiais do Exército juntaram-se (passaram) aos rebeldes.
Frustrada a pretensão, fugiram eles para Bauru e continuaram para Presidente Epitácio, na barranca do rio Paraná (Porto Epitácio). Tentaram ir a montante (para cima) até Três Lagoas, mas foram repelidos. Logo, desceram para Porto São José (foz do rio Paranapanema) e Guaíra, na foz do rio Piquiri.
Iriam se estabelecer em Foz do Iguaçu e Santa Helena, onde houve a junção com a Coluna Sulista (Luiz Carlos Prestes).
Ao mesmo tempo, no Rio Grande do Sul, Dr. Assis Brasil comandava uma tentativa de deposição do presidente Borges de Medeiros, movimento que paralelamente uniu as duas sedições, embora o estalo de Prestes somente se tenha dado em 29 de outubro, ou seja, quase três meses depois.
Parece que essa fuga para o Sul – no fim de julho - desencadeou a iniciativa no Rio Grande do Sul que tomou duas frentes: derrubar o presidente da República e o do Estado.
Resumindo, primeiro - a Revolta Paulista iniciou-se no dia 5 de julho de 1924 – conhecida como revolta tenentista subsequente à de 1922 (18 do Forte) que defendia a derrubada do governo de Artur Bernardes e a implantação de mudanças sociais, políticas e econômicas no Brasil.
Segundo – a fuga dos tenentistas paulistas levou-os a fugir para o Sul (Oeste do Paraná) e nele se estabelecer.
Terceiro - A Coluna formou-se quando tenentistas rebelados no Rio Grande do Sul, sob a liderança de Luís Carlos Prestes, uniram-se com os tenentistas paulistas instalados no Paraná.
Temos então a data de 5 de julho de 2024 como centenário do estopim da revolta paulista e, dia 29 de março do ano que vem (2025), centenário da “rendição de Catanduvas”.
Duas datas sugestivas e importantes que não podemos esquecer.
Estarei conversando em Catanduvas, com o Prefeito e Vereadores, sobre o que poderá ser feito ano que vem no MEMORIAL DE CATANDUVAS, edificado ao lado da Prefeitura e inaugurado no governo do Requião.
Veremos da viabilidade de organizarmos alguma solenidade no local para comemorar os cem anos da “Rendição de Catanduvas”, num evento em parceria com o Município e com a UNIOESTE.
Em Cascavel entrarei em contato com a imprensa e provavelmente teremos um bom apoio, pois, os jornalistas e pessoas ligados ao setor sempre tiveram grande interesse pela História. Lá temos o professor Pompeu e o Alceu Esperança, conhecedores de todo o assunto.
Solicito entrar em contato com o IHGRS e IHGSP para verificar a possibilidade de um intercâmbio cultural, histórico e geográfico sobre esses acontecimentos.
Hoje – 2 de março de 2023 – ainda temos algum tempo para organizar alguma coisa.
O referido memorial foi criado com a finalidade de resgatar e divulgar a história dessa revolução, principalmente, dos combates ocorridos naquela região.
A Secretaria de Estado da Cultura poderia ser acionada, pois, o assunto merece o patrocínio da dedicada Luciana Casagrande Pereira (filha de nosso ilustre vice-presidente), uma vez que desde o início o espaço teve a participação da referida secretaria.
A dona Lucy Amélia Salles tem conhecimento desse assunto e poderia fornecer alguns subsídios.
Acredito que o município de Catanduvas colaborará com nosso projeto, uma vez que cabe a ele desenvolver atividades relacionadas com esses acontecimentos, inclusive visitando pontos de combate próximos, como Formigas, Belarmino, Rocinha, etc.
Um forte abraço.
Paulo Roberto Hapner
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